segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Portugal decide passar a competir só com atletas paralímpicos
terça-feira, 17 de abril de 2012
Pepe deixa Ribery satisfeito!

terça-feira, 30 de março de 2010
Presidente da República compra um bicho
Incomodado com o caso das escutas, receoso de usar o computador, acossado por Manuel Alegre, assombrado pelos presidentes do PSD, enervado com o primeiro-ministro e com medo das pessoas em geral, Aníbal Cavaco Silva decidiu comprar um cão.
O presidente acedeu, assim, ao pedido de uma aterrorizada Senhora Silva, que vê no animal a garantia do sossego familiar.
Cavaco anda, para já, a escolher a raça do bicho. Segundo o próprio presidente: “Os cães quando não são de marca parecem meios palermas”. Tal como o assessor do chefe da Casa Civil do Palácio de Belém confidenciou ao jornal Público, Cavaco não quer ficar atrás do presidente Obama, que dispõe de um Cão de Água Português. O próprio Barack Obama, enquanto escolhia um dentuço, referia amiúde que: “Os cães quando não são de marca parecem meios palermas, tal como o assessor do chefe da Casa Civil do Palácio de Belém”
Os cientistas (todos) do Pólo de Contabilidade e Criogenação da Universidade de Mértola (fundada pelo próprio cavaco, em 1989) aconselharam o Cão Salsicha Dachshund, pois não há melhor para morder canelas e atacar por baixo do tapete. Além disso, não destoaria em Belém, visto tratar-se de uma criatura rasteira. Aníbal Cavaco Silva gostou da ideia, mas o mesmo não se terá passado com a Senhora Silva, que, não obstante uma certa similaridade no mastigar, não encontra afinidades entre o cão e o dono.
Ademais, segundo fontes fidedignas próximas da Presidência, a escolha não terá sido, de facto, pacífica. Ao que parece, terá havido algum frisson entre os assessores do alto dignitário que preferiam um Papagaio de Peito Roxo da Venezuela. A ave já teria mesmo sido encomendada por um diligente assessor e, segundo o importador para o nosso país: "o pássaro está num brinco! Só era usado por uma senhora velhinha, que era professora, para ir à missa! Repete tudo o que ouve e já diz com mestria «Sobre esse assunto entendo não dever fazer comentários», poupando muita saliva à primeira figura da nossa república", facto que teria agradado sobremaneira aos spin-doctors de Belém.
Instado a comentar, o papagaio em questão respondeu: "Sobre esse assunto entendo não dever fazer comentários."
quarta-feira, 24 de março de 2010
Anarquia Portuguesa Elege Novo Rei
A Anarquia Portuguesa elegeu esta semana, por tiro-pró-ar, o seu novo Sumo-Pontífice. Nas palavras de Bacherel Canhangulo, Relações Públicas da agremiação: "A eleição decorreu com os imponderáveis habituais. Todos os súbditos votaram no candidato único, sob protesto, obviamente, pois rejeitamos qualquer tipo de autoridade. Só durante a bênção Urbi et Orbi - durante a qual Sua Alteza Real gritou ao megafone contra o seu próprio absolutismo, instigando-se ao suicídio por velhice - é que houve uns camaradas de rastas a teimar em 'okupar' o púlpito, mas o nosso correligionário Chibanga Antropomorfo ajudou-os a descer com o gancho da estiva."
Recentemente, a Anarquia Portuguesa passou a integrar o Índice Nasdaq, pois, ao conseguir registar a patente do símbolo 'A'-dentro-de-uma-bolinha e provando que este era muito anterior à invenção do correio electrónico, passou a receber royalties por cada vez que se escreve um '@'.
Instado a comentar, Bacherel Canhangulo desvalorizou todas as implicações financeiras e ilhas do pacífico que advieram desta manobra, preferindo frisar que "a Anarquia Portuguesa é uma instituição digna. É a casa do verdadeiro Anarquista. Não é como certos cachopadas que para aí há, onde se faz tudo às três pancadas, chegando mesmo a utilizar explosivo plástico, que já não tem o cheirinho a pólvora tão característico das nossas intervenções sociais. É gente que nem categoria tem para deixar crescer um bigode à Aquilino Ribeiro!"
Mas nem tudo terá corrido com a normalidade que os dirigentes Anarcas pretendem mostrar ao mundo. Segundo fontes luminosas, os anarquistas presentes no sufrágio ficaram revoltados por saber que o tradicional fogo de artifício comemorativo tinha sido substituído por um torneio de futebol. Consequentemente, ter-se-ão recusado jogar à baliza, tendo imposto o lugar a Dinis Túpido, único operacional das brigadas libertárias com cadastro por (nas suas palavras) "ter liberto a bola das presas infectas do capitalismo da Sport Zone".
Bacherel Canhangulo lá admitiu que "tendo o camarada Dinis Túpido invectivado, várias vezes, que a propriedade do bem era sua e se não jogassem como ele queria ninguém desenvolveria a dita actividade, foi necessária a nomeação de uma entidade supervisora isenta, imparcial, escorreita e revolucionária para escalar, tanto as equipas como o Annapurna, sem ceder às pressões imperialistas desse lobby unipessoal do cautchú, nem admitir as regras desta actividade reaccionário-fascista que é o futebol."
O Bico chegou à fala com o Monarca-Anarca, que às nossas perguntas totalitárias e imperialistas nos mandou, enigmaticamente, ir “procurar alho!”. Pelo menos, foi o que nos pareceu, pois Sua Alteza respondeu enquanto chuchava um pastel de bacalhau.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Investigação O Bico / Jornal do Avante / Pataniscas do Antunes

Fim do Mundo está próximo
Segundo Filipa Hranóia, porta-voz da Junta Áutónoma para o Fim e Olvidação do Mundo e Outras Soçobrações, "Passámos meses a analisar esta cadeia de acontecimentos, um saco de ervilhas biológicas e pepino e meio, do Entroncamento, e estamos em condições de avançar conclusões preocupantes: seguindo uma prática inovadora, varios avicultores mundiais colocaram sistemas de som stereo nos aviários para melhorar a produção. Tragicamente, terão colocado o CD de André Sardet na playlist. Ao ter que papar com o «Gosto de ti porque sim» e outras barbaridades, as galinhas entraram em profunda depressão, suicidando-se em massa e, algumas, em lasanha!"
O acontecimento viria a escalar para proporções bíblicas. Segundo a secção de economia d' O Bico, quase todos os avicultores teriam conta no Lehmann Brothers e seriam clientes sub-prime, o que veio a motivar a actual crise mundial, sem ninguém perceber bem porquê. Também o Turismo se ressentiu: "Foi uma catástrofe! Temos turistas que depois de provarem coisas estraga... exóticas, deixaram de poder dizer que sabia a frango! Um desastre!" desabafou aos nossos microfones Levi Garista, empresário israelita do ramo de flores.
A Gripe A terá sido outra das consequências. Privados da corriqueira canja de galinha, alguns suinicultores mexicanos terão tentado curar a constipação de alguns porcos com chá de lima, com as consequências para a saúde mundial que se conhecem.
Mas o pior não terá chegado ainda. Segundo a já citada Filipa Hranóia "...teme-se que as consequências sejam piores... Há relatos que afirmam que astro-radialistas Haitianos terão inadvertidamente transmitido músicas do álbum para o espaço, o que se teme ter motivado uma resposta na mesma moeda por parte de uma civilização superior. Além disso, certos países nórdicos e a Greenpeace querem reciclar o mundo e um indio guarani terá contaminado todos os lençóis friáticos da América do Sul ao deixar cair o iPod na nascente do Amazonas!"
À hora de fecho desta edição mais duas catástrofes mundiais foram relacionadas com o álbum maldito. Ao que parece, a última gravação da caixa negra do avião da Air France que caiu no Atlântico continha acordes da música apocalíptica e as palavras do piloto "et maintenant avec les yeux fermés!"; já o cantor Michael Jackson terá recebido, segundo o seu pónei, um misterioso CD de um Xamã nativo americano luso-descendente, dias depois da sua morte.
André Sardet, convidado a comentar, não o pôde fazer por não chegar ao microfone.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Surfista Português bate mais um record

Feliz com o seu feito, o atleta comentou: "Ya man, tipo é uma sensação bué fora, tipo, brutal, tipo, ya, eu não ´tava nem p'raí man. Tipo o Guga, man, é que, tipo, depois da entrevista, tipo, que eu dei á "Low IQ SurfZine", tás a ler, é que tipo vai e diz Dude man na pesquei cena do que disseste, tipo, man, se calhar tás mal ou tipo, whatever e eu, man, ya, se calhar engoli água a fazer um cutback tipo se calhar tem cenas ou isso, e a poluição é umas cenas muita más, tipo faz mal ao planeta, ya? E tipo o tipo da zine vai e diz, man, muita fora, tipo, tu tavas tipo um tipo da política a falar man, se calhar é uma daquelas cenas que o pessoal que faz mais c'os outros fica c'o nome num livro, e tipo vou eu, lista de devedores ao Estado? e tipo vai ele, népia man, tipo record ou cenas, e vou eu man, tipo, tás a ler, e tipo digo a um tipo que sabe escrever e cenas pra ir ver na net e tava um surfer, tipo que tinha dito dez cenas sem dizer tipo e cenas e ya, tipo man, ganda cena, e meti a cena online e ganhei a cena!".
A frase concreta será sido "Aquela onda quase que me enrolava, mas consegui dominar a prancha", o que veio a provocar celeuma. Após isso terá provocado polémica, e depois terá ainda criado sarampoe e pepinos. Segundo Hugász Cszablêr, porta-voz do anterior detentor do record, o conhecido Body-Boarder e pansófo Marcelo de Sousa: " Este indivíduo terá dito «aquela onda quase ME enrolava». Não há uma prova clara da palavra «Que» na gravação, fazendo com que a frase tenha apenas dez palavras, continuando a manter o seu sentido original."
O Guiness Book of World Records, visando minimizar a polémica, terá recorrido aos serviços de um reputado linguista, o Dr. Rodolfo Nético, que terá recorrido aos serviços de uma prostituta trans-sexual, várias vezes (aos serviços, não à prostituta). Esta, do alto da sua douta sapiência afirmou "Azuis! Vejo camelos azuis!". Em declarações a'O Bico, Rodolfo Nético explica: "O que se depreende da gravação é que o sujeito activo pronuncia «KHME» o que, foneticamente, equivale a duas palavras. Logo, a frase contém 11 palavras". Continuou ainda o académico: "Pensar eu que cheguei a traduzir Nietszche para o dialecto Urdu e acabo a minha carreira a fazer esta m&%#$ !", suicidando-se em seguida repentinamente com um frasco de comprimidos e trinta e duas facadas nas costas, enquanto os nossos repórteres observavam, impotentes, sem nada querer fazer. O Bico tentou chegar à fala com o frasco de comprimidos ou com a faca, mas tal não foi possível.
Mas as conquistas lusas no famoso livro não se ficarão por aqui. Ao que O Bico apurou, várias personalidades protuguesas já se encontram a treinar para uma miríade de tentativas de recordes. Destacamos a de um narcoléptico de À-dos-Cunhados que pretende fazer a travessia Lisboa-Funchal em Asa-Delta, um futebolista profissional que tentará ganhar um jogo de Trivial Pursuit a uma ou duas cenouras, bem como um grupo de empresários de Felgueiras que tentarão despedir o máximo de funcionários sem usar a desculpa da crise, enquanto simultaneamente conduzem um Mercedes mais caro que um T3 na Beloura. Recorde-se que este último record é já pertença de um português, o Engº Fonseca Abraão, ex-dono de uma fábrica de têxteis em Moimenta, que conseguiu despedir o assombroso número de 14 funcionários e uma máquina de vending até se ver forçado a utilizar a expressão "sabe como é, isto com a crise... Temos de cortar no pessoal...."
terça-feira, 13 de outubro de 2009
O Bico - Suplemento Ciência

A comunidade científica mundial terá hoje acordado estarrecida e de cú virado para a lua com a revelação de imagens inéditas de um futebolista a assinar o seu próprio nome. Para Benjamim Nútil, reputado biólogo dos jardins botânicos de Dar-es-Salaam e a recibo verde no da estação espacial internacional: "O impacto desta descoberta só é comparável àquela vez que aconteceu não sei o quê que já nem me lembro! Sabia-se já há algum tempo que um parasita da espécie empresarius gatunensis, do filo xenoturbellida, vive em simbiose com este animal e toma a seu cargo todas as actividades que exijam leitura e/ou escrita, sobrevivendo à custa dos detritos que se acumulam na sua conta bancária. Esta é a primeira vez que há registos de um espécime a escrever sem auxílio!"
Mas nem só com esta descoberta se agita o submundo da ciência mundial. A Sociedade Céptica Trans-Siberiana de Parapsicologia Tautológica desloca-se por estes dias ao Estádio de Alvalade onde parece ter sido encontrado um dos últimos exemplares de uma raça em extinção. "Estamos a tentar capturar em áudio o grito de acasalamento de uma Luciana Abreu". explicou-nos o Prof. Alexandrino Gama Luquinho. Tarefa que se tem revelado assaz difícil, não por falta de ruído, mas sim pelo timbre específico deste espécime, que requer microfones de elevadíssima impedância, sob pena de estes explodirem.
Também em teritório português, realiza-se num próximo fim-de-semana um congresso intitulado "Hercólubus: ameaça à Terra ou brincadeira estúpida?" em que se espera que uma facção separatista de uma qualquer seita afirme que o temido planeta vermelho que já há anos se encaminha para nos destruir e que está mesmo, mesmo, mesmo quase aí a rebentar, é na realidade o Fernando Mendes, vestido com um fato-de-treino do Benfica, a praticar trampolim. "A única ameaça que ele representa é às reservas de carne de vaca do planeta" terá afirmado um senhor de óculos estranhos.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Discussão inflamada já se encontra circunscrita
.jpg)
Uma violenta discussão deflagrou ontem à noite no Salão Brasil, um conhecido pólo de concentração intelectual da Cidade de Coimbra. Na origem das chamas terão estado alguns ânimos mais acesos que vieram a alastrar até ao Café Tropical via SMS, provocando uma altercação de proporções dantescas. A dada altura chegou mesmo a temer-se que os incendiários argumentos viessem a alastrar para áreas de esquerda altamente combustíveis como a Festa do Avante ou o Garcia Pereira, mas medidas preventivas levadas a cabo pela Judite de Sousa evitaram o pior. "Havia o perigo de a discussão alastrar! Então criámos um corta-fogos entre os cafés Trianon e Atenas com diversos betinhos de direita e o Pacheco Pereira, o que veio alterar o rumo político das chamas", contou a' O Bico um besugo geneticamente modificado.
O incêndio terá tido origem num inflamado debate entre Dnipro Letário, fundamentalista Maoísta, e Helmut Ópico, desconstrutivista Trotskysta de influências Estalinistas e com a lua em Peixes, acerca da autonomia parlamentar das Regiões com Regime Jurídico Especial de St. Kitts & Nevis, alastrando de imediato às mesas altamente inflamáveis que os rodeavam. No seguimento, as labaredas foram responsáveis pela criação de vários focos de Esquerda, alguns que chegaram mesmo a alcançar dimensões políticas.
"Não fosse a rápida intervenção do nosso corpo de bombeiros e as próximas eleições iam parecer as posteriores ao 25 de Abril!" comentou Damas Tintor, comandante da corporação de Sernancelhe, explicando como o fogo foi controlado. "Eu e uns camaradas andávamos ali pela Baixa a malhar mines. Às tantas, começo a ver fumo e digo cá pra mim: "Eh lá Arménio Manuel Damas Tintor! Queres ver que sucede práqui uma troca de ideias sobre a importância do volatilismo do controle do proletariado na luta de classes contra a economia de mercado?! Mmmaaaaau..." E nisto, pus-me à coca. Quando a coisa alastra, atacámos o bicho com uma espuma especial para este tipo de incêndios (que é a mesma que os gaiatos da JCP usam pra fazer a barba quando se sentem reaccionários) e com meios aéreos. Nomeadamente, atirámos um Villa-Llobos de Athaíde para o vórtex da discussão a gritar 'Deus, Pátria e Família'. Mas não resultou. Só conseguimos conter o fogo quando um dos meus homens se sentou à mesa com duas lésbicas do Bloco e começou a elogiar a visão elementar e concisa de Nietzsche acerca da condição humana elevada ao 'Super-Homem' Zaratustriano. Inflamaram-se os ânimos, o que em conjunto com uns Verdes que ainda não estavam secos, ajudou a criar um corta-fogos que conteve as chamas."
O fogo, entretanto, já se encontra circunscrito. Segundo o comandante Damas Tintor "Estamos já em fase de rescaldo. Há alguns reacendimentos como o MDP/CDE e o POUS mas acreditamos que estarão controlados até às autárquicas."
Mas a catástrofe não deixou de fazer vítimas. Várias pessoas ficaram desalojadas das suas convicções políticas e viram o trabalho de toda uma vida consumido. "Vi o trabalho de toda uma vida consumido! As minhas convicções politicas, a minha visão filosófica, a minha demagogia! Foi aqui que criei os meus miúdos na lógica proletária!", afirmava de lágrimas nos olhos um popular desolado. "Agora em quem é que eu vou votar?! Ai minha nossa senhora!..."
A PJ investiga já as origens da discussão, não estando posta de parte a hipótese de fogo-posto. "Há testemunhas que afirmam ter visto nas redondezas da mesa um doutor de barbas a declamar poesia e a afirmar, profunda e filosoficamente: "Académica, Académica, Académica" - disse o senhor supra mencionado.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
PNR afinal não é um partido inenarrável
O PNR, orgulhosamente só, é uma força política há muito estabelecida no eleitorado, pelo menos dizem eles. Um alto dirigente do partido, o engenheiro Valentim Becil, contou aos nossos microfones as linhas gerais do projecto de futuro do PNR para Portugal. Entre estas, sobressai a urgência de aumentar a capacidade das forças armadas "para a nossa tropa poder acabar aquilo que o D. Fernando começou e não pôde acabar porque o maricas só se reproduziu uma vez, e ainda por cima saiu-nos fêmea, que para cúmulo se foi pôr debaixo de um espanhol!".
Também a família é uma das prioridades do PNR, disse, do alto dos seus 2 metros 0,5 decímetros, Valentim Becil: "Queremos que a família vá à missa ao Domingo como sempre foi: as recatadas donas-de-casa para as filas da frente a guardar as suas filhas, fermento da nação, enquanto os respeitáveis chefes-de-família substituem o pároco na taberna, durante a eucaristia, e os seus rebentos varões andam à bofetada uns com os outros, para aprender o que é ser homem!"
Quanto à educação, Valentim Becil diz necessitar esta de uma "verdadeira revolução, [olhou nervososamente sobre o ombroe benzeu-se três vezes] digo, alteração de fundo". Não é apenas chapar com uma bandeira nacional em cada escola nem só voltar a cantar o hino nacional às quartas-feiras de manhã. Também há que regressar aos uniformes, que são tão bonitos, e separar claramente os estudantes: futuros chefes-de-família para um lado; cursos de corte e costura ou culinária para o outro".
Além disso, confidencia-nos ainda Valentim Becil: "temos que mandar os larilas, os comunas, os objectores de consciência e quase todos os jornalistas para a ilha da Madeira, onde o nosso amigo Alberto João possa tratar deles". O dirigente madeirense terá mesmo sido convidado para um lugar nas listas do PNR, no intuito de provar que nem todos os intelectuais são de esquerda.
O PNR espera atingir os seus objectivos nestas eleições, que passam por obter cerca de 10% dos votos - aproximadamente o número de analfabetos votantes do nosso país.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
PAÍS MUDA DE NACIONALIDADE
Efectivamente, o dono-em-chefe daquela peculiar região à direita de quem vai para baixo, passando por África e vindo do Árctico (ver mapa) decidiu unanimemente mudar a nacionalidade do seu país à beira-mar afundado.
O dono-em-chefe falou a'O Bico na primeira pessoa: «O Adão foi feito de barro».
Depois, resolveu falar na questão que interessa: «Isto assim não dava. O meu filho – que é muito esperto para a idade e até estuda numa escola na Europa – confunde-se sempre quando lhe perguntam a nacionalidade. Kalumbumbashiano? Kalumbumbashiense? Kalumbumbashista? Nativo do Kalumbumbashi? Autóctone do Kalumbumbashi? O rapaz já anda desmotivado, a ver os colegas a passar-lhe à frente... E ele que nunca consegue passar do preenchimento da Ficha de Matrícula, em Setembro, o que compromete os exames do final do ano. Ora, favas!» – disse o estadista; e foi comê-las.
Após os dois dias e meio de repasto, foi finalmente confirmada pelo Gabinete de Sua Excelência a mudança de nacionalidade do país.
"A nobre nação Kalumbumbash... o Kalumbumbashi, portantos, passa, por decreto dono-em-chefal, a adoptar a nacionalidade Matumbo" – afiançou o filho do dono-em-chefe, dono-em-chefe, por sua vez, daquele Gabinete.
Mais confirmou a existência de contactos «por fio» com as oito pessoas espertas do Tadjiquistão, Vanuatu, Abkázia, Kiribati, Uzbequistão e Turquemenistão. A ideia será fazer um intercâmbio de IPSS's que possibilite a aprendizagem da dicção das respectivas nacionalidades.
Na gaveta fica, para já, um velho projecto Kalumbumbash... Perdão, um velho projecto Matumbo, destinado a inventar uma bandeira e um hino para o país. O Bico sabe que a proposta do (quase) Doutor filho do dono-em-chefe, dono-em-chefe do Gabinete de Sua Excelência, é a mais bem posicionada junto do seu papá e compreende um pau ao alto e um Dó, dos fininhos.
Estas medidas, que afectam directamente a franja da população que sabe ler, não tiveram, por isso mesmo, repercussões públicas. Já os dois membros da oposição, irmãos afastados do filho do dono-em-chefe, dono-em-chefe do Gabinete de Sua Excelência, criticaram (até ao momento em que receberam duas pranchas de surf e dois bilhetes de automotora para o Darfur) a falta de ambição do dono-em-chefe do Kalumbumbashi, ao não apreciar o seu projecto para mudar o país de sítio no mapa-mundo «assim mais para perto do pólo sul, que não faz tanto calor. Mas não muito, que não somos tresloucados: não queremos cair no abismo!».
--------------------------------------------------------------------
Adenda: Um bom bocado após o fecho da edição, O Bico soube que o filho do dono-em-chefe, dono-em-chefe do Gabinete de Sua Excelência, acabou de preencher a papelada referente ao subsídio escolar a entregar na APPACDM da Trofa, onde estuda, bem como o pedido de licença de uso e porte de arma.
Agora que foi erigido tão importante marco da futura liderança e desenvolvimento do país, o Kalumbumbashi pondera devolver aos seus nacionais a antiga designação, bem como canivetes e outras coisas suprimidas durante a tentativa frustrada de golpe de estado da semana passada.