
Em protesto contra a globalização, resolveu não usar GPS, guiando-se por uma cebola produzida em agricultura biológica, um popular de Alhos Vedros, o Borda d'Água de 1897 e um mapa "de uns tais Capelo e Ivens, que comprei ali na ladra". De início, resolveu seguir as tabuletas das estradas, o que se revelou ruinoso. Resignou-se a perguntar o caminho a transeuntes, o que lhe valeu um desvio por Mogadouro e uma passagem por Bilbao.
Já em África, relata Alcides Piste: "Apontei o jipe sempre a descer e dei-lhe gás! Quando chegava à noite, olhava para o céu à pregunta do Cruzeiro do Sul. De dia também era sempre a olhar pra riba, a ver se via as pirâmides. À conta do mau jeito no pescoço, ainda ando à rasca para apertar os atacadores. Passei no Kilimanjaro para comprar um queijo da serra, mas a seguir espetei-me contra um rochedo com a bandeira inglesa. Óspois, quando enfiei o jipe no mar, foi difícil. Estava para ligar ao ACP quando vi um beduíno montado num camelo deficiente. Tirei a caçadeira e mandei uma zaragolada no bicho. Montei-me no camelo e vim a picá-lo até cá acima. Ainda tive que fazer um bocado em marcha-atrás por causa de uma duna que vinha em contramão!"
Feliz por ver o lago rosa, Alcides Piste pondera já a próxima odisseia.
Bem me podia ter dado uma boleia, que ainda aqui estou no meio do deserto
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