O Dr. Purstenso havia sido nomeado advogado oficioso de um cidadão vítima de espancamento por uma horda de ciganos sem vacinas.
A história remonta a 1994, quando o sr. António¹ comprou uma camisola Lacoste por dois contos e trezentos, após regateio, numa feira. Para sua surpresa, assim que chegou a casa constatou que a dita camisola era contrafeita, pois a sua esposa te-lo-á alertado para o facto de o ornitorrinco não ser o emblema da conhecida marca.
Sentindo-se enganado, voltou à feira para confrontar o vendedor com o sucedido. Este, levou o caso a mal, tendo-se o resto da tardinha desenrolado de forma desagradável para o sr. António, bem como para os automobilistas que pararam para ver a pancadaria, todos eles prontamente autuados pela PSP.
Em 1996, quando recuperou a consciência, o sr. António¹ pretendeu processar civil e criminalmente os responsáveis pelo sucedido, tendo o Estado nomeado como seu defensor oficioso o Dr. Purstenso.
Tomando o caso a seu cargo, o advogado começou imediatamente, em 1998, a estudar o processo, fundamentando toda a defesa do sr. António¹ na tentativa de provar a falta de brio profissional da generalidade dos ciganos, bem como o total desprezo com que aquela raça encara valores humanos e a total ausência de dignidade social, bem patente na sua auto-exclusão do convívio com pessoas. Também aludiu a um linchamento.
O processo, laboriosamente elaborado após os vodka-martinis matinais, deu entrada no tribunal no advento do presente século, tendo transitado hoje em julgado.
Durante o julgamento, o Dr. Purstenso não foi parco em adjectivos como “falsos”, “matreiros”, “corruptos”, “vigaristas”, “ladrões” e “malcheirosos”. Contudo, uma imprecisão na elaboração do processo, onde trocou o preenchimento dos quadros “Lelo Maia – Cigano” com “Dr. Purstenso – Advogado”, resultou num bizarro desfecho.
Declarando-se “comovido com a inesperada sinceridade de um advogado”, o Meritíssimo Juiz, Dr. Bandalho, deu todos os factos como provados, excepto o linchamento, condenando o réu a 36 anos bissextos de trabalhos forçados nos Farilhões.
O Bico tentou obter uma reacção por parte do sr. António¹, mas este encontrava-se entretido no meio dos familiares do sr. Lelo Maia, (ao que consta dos autos) seu advogado.
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¹ - nome fictício de Aurélio Meireles Botelho, Rua da Liberdade-23, Rio Tinto
A história remonta a 1994, quando o sr. António¹ comprou uma camisola Lacoste por dois contos e trezentos, após regateio, numa feira. Para sua surpresa, assim que chegou a casa constatou que a dita camisola era contrafeita, pois a sua esposa te-lo-á alertado para o facto de o ornitorrinco não ser o emblema da conhecida marca.
Sentindo-se enganado, voltou à feira para confrontar o vendedor com o sucedido. Este, levou o caso a mal, tendo-se o resto da tardinha desenrolado de forma desagradável para o sr. António, bem como para os automobilistas que pararam para ver a pancadaria, todos eles prontamente autuados pela PSP.
Em 1996, quando recuperou a consciência, o sr. António¹ pretendeu processar civil e criminalmente os responsáveis pelo sucedido, tendo o Estado nomeado como seu defensor oficioso o Dr. Purstenso.
Tomando o caso a seu cargo, o advogado começou imediatamente, em 1998, a estudar o processo, fundamentando toda a defesa do sr. António¹ na tentativa de provar a falta de brio profissional da generalidade dos ciganos, bem como o total desprezo com que aquela raça encara valores humanos e a total ausência de dignidade social, bem patente na sua auto-exclusão do convívio com pessoas. Também aludiu a um linchamento.
O processo, laboriosamente elaborado após os vodka-martinis matinais, deu entrada no tribunal no advento do presente século, tendo transitado hoje em julgado.
Durante o julgamento, o Dr. Purstenso não foi parco em adjectivos como “falsos”, “matreiros”, “corruptos”, “vigaristas”, “ladrões” e “malcheirosos”. Contudo, uma imprecisão na elaboração do processo, onde trocou o preenchimento dos quadros “Lelo Maia – Cigano” com “Dr. Purstenso – Advogado”, resultou num bizarro desfecho.
Declarando-se “comovido com a inesperada sinceridade de um advogado”, o Meritíssimo Juiz, Dr. Bandalho, deu todos os factos como provados, excepto o linchamento, condenando o réu a 36 anos bissextos de trabalhos forçados nos Farilhões.
O Bico tentou obter uma reacção por parte do sr. António¹, mas este encontrava-se entretido no meio dos familiares do sr. Lelo Maia, (ao que consta dos autos) seu advogado.
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¹ - nome fictício de Aurélio Meireles Botelho, Rua da Liberdade-23, Rio Tinto
Ai! Se morras tu!
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