Incomodado com o caso das escutas, receoso de usar o computador, acossado por Manuel Alegre, assombrado pelos presidentes do PSD, enervado com o primeiro-ministro e com medo das pessoas em geral, Aníbal Cavaco Silva decidiu comprar um cão.
O presidente acedeu, assim, ao pedido de uma aterrorizada Senhora Silva, que vê no animal a garantia do sossego familiar.
Cavaco anda, para já, a escolher a raça do bicho. Segundo o próprio presidente: “Os cães quando não são de marca parecem meios palermas”. Tal como o assessor do chefe da Casa Civil do Palácio de Belém confidenciou ao jornal Público, Cavaco não quer ficar atrás do presidente Obama, que dispõe de um Cão de Água Português. O próprio Barack Obama, enquanto escolhia um dentuço, referia amiúde que: “Os cães quando não são de marca parecem meios palermas, tal como o assessor do chefe da Casa Civil do Palácio de Belém”
Os cientistas (todos) do Pólo de Contabilidade e Criogenação da Universidade de Mértola (fundada pelo próprio cavaco, em 1989) aconselharam o Cão Salsicha Dachshund, pois não há melhor para morder canelas e atacar por baixo do tapete. Além disso, não destoaria em Belém, visto tratar-se de uma criatura rasteira. Aníbal Cavaco Silva gostou da ideia, mas o mesmo não se terá passado com a Senhora Silva, que, não obstante uma certa similaridade no mastigar, não encontra afinidades entre o cão e o dono.
Ademais, segundo fontes fidedignas próximas da Presidência, a escolha não terá sido, de facto, pacífica. Ao que parece, terá havido algum frisson entre os assessores do alto dignitário que preferiam um Papagaio de Peito Roxo da Venezuela. A ave já teria mesmo sido encomendada por um diligente assessor e, segundo o importador para o nosso país: "o pássaro está num brinco! Só era usado por uma senhora velhinha, que era professora, para ir à missa! Repete tudo o que ouve e já diz com mestria «Sobre esse assunto entendo não dever fazer comentários», poupando muita saliva à primeira figura da nossa república", facto que teria agradado sobremaneira aos spin-doctors de Belém.
Instado a comentar, o papagaio em questão respondeu: "Sobre esse assunto entendo não dever fazer comentários."