sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ainda a luta dos professores...

Professores contestam métodos sindicais

Um grupo de professores, encabeçado pelo Intelectual de Barreiro de Besteiros, reuniu na passada semana com o senhor professor Mário Nogueira, dono da FENPROF.

Esta reunião visou a contestação aos métodos de luta sindicais, por estes, no entender dos professores, não dignificarem a classe docente. Os professores entregaram ao sindicato uma lista de exigências:

-Submeter todas as tarjas e cartazes a aprovação, à luz do novo acordo ortográfico, por professores de português;
-Suprimir, nas manifestações, o uso do calão, da 2ª pessoa do singular, das palavras "ele" e "ela", do pretérito imperfeito e das calças de ganga;
-Substituir as figuras de Che Guevara por gravuras de Egas Moniz;
-Trocar a foice por um tubo-de-ensaio e o martelo por uma caneta;
-Pôr-se a falar alguém que saiba ler;
-O fim dos protestos em rima pobre, ou, pelo menos, a utilização de outras formas de verso que não a quadra, tal como redondilhas, sonetos ou heróicas;
-A substituição de apitos e chocalhos de vaca por peças barrocas, interpretadas à flauta pelos professores de música;
-A recusa da utilização de bandeiras da CGTP que tenham os mesmos paus onde pegam os metalúrgicos;
-Os chavões cantados não deverão utilizar melodias do cancioneiro popular. Grieg ou Schumann são aconselhados, mas, para agradar ao sindicato, aceita-se Lopes Graça;
-Pôr-se a ler alguém que saiba falar;
-Devolver os gigantones que ridicularizam as figuras de estado ao Carnaval do Loulé. Em seu lugar, colocar os professores de Educação física a fazer cabriolas;
-Distribuir uma palmatória a cada manifestante, para enfrentar a polícia de choque;
-Alterar o trajecto das manifestações. A Assembleia da República não é, de todo, o melhor sítio para se encontrar deputados.

Uma semana volvida, e sem que tenha havido qualquer resposta por parte da FENPROF, o grupo juntou, segundo as suas contas, 2.485 milhões de professores à porta do sindicato, com um bombo, a gritar:
"Ó Nogueira, ó Nogueira
Anda cá, anda cá
Vira o cu prá gente, vira o cu prá gente
Toma lá! Toma lá"

Instado a comentar, Mário Nogueira começou por refutar os números da manifestação: "seriam uns 16". Disse ainda a'O Bico que "Não há condições para negociar com este tipo de gente. Não contem com o sindicato para descer ao nível desta gentalha que não acredito, sequer, que represente os sentimentos da classe docente. Enquanto não se quiserem sentar educadamente à mesa da negociação ao invés de atentar contra a ordem pública, não atenderei aos seus relinchos. Para chatices, já me chega a Maria de Lurdes, que, ou deixa de ser a arrogante, presumida, em jeito de testa-de-ferro de um governo prepotente e com tiques autoritaristas, ou então terá de enfrentar, na rua, a nossa força até às calendas gregas."

O Intelectual de Barreiro de Besteiros disse "Esse senhor não tem nível nenhum. Eu, com a minha 3ª Classe tirada à noite em Tondela, sei mais que muitos Doutores-de-Mula-Ruça que andam para aí, como esse senhor, que é uma idiossincrasia paraláxica, se é que me está a perceber... Decerto não estarei a ser falacioso se o apelidar de um diletante! Defronte da sua (dele) incomensurável carência frenológica, cito Kant quando diz "Os juízos da ciência devem ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e necessários, e sintéticos, objectivos, fundados na experiência", ou, como dizia o velho Herodes, arengando, com muita graça, em estrangeiro: Verba ligant homines, taurorum cornua funes".

À hora do fecho da nossa edição, os nossos informadores relatavam manobras da FENPROF, convocando, por SMS, vidreiros da Marinha Grande, que se encontram já a rumar a Barreiro de Besteiros para partir a louça toda.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Contabilistas organizam RAVE

A Associação Portuguesa de Contabilistas empreende a já tradicional Rave Party de Natal.

O sr. Bonifácio Questiúncula, presidente da APC, dedicou-se a'O Bico para levantar um pouco o véu sobre o mítico evento:

"Quero, antes de mais, assegurar aos associados que iremos manter os padrões de respeito e recato que caracterizam o mundo da contabilidade, em geral, e da nossa associação, em particular. Vamos manter um firme controlo nas entradas. Os senhores contabilistas podem continuar a trazer companhia feminina, desde que, como é costume, comprovem, junto ao elemento da segurança, ter com a acompanhante vínculo matrimonial. Este ano, a novidade é que, caso não haja uma relação matrimonial, serão aceites outras situações de união de facto ou de comunhão de cama e mesa, desde que previstas nos termos da lei e comprovadas por atestado da Junta.

Depois - muito importante - fazer notar que a Associação foi sensível aos impressos 23-F de reclamação que deram entrada até 12 dias úteis após a decisão tomada em assembleia-geral de organizar o convívio, onde os associados manifestaram o seu desconforto acerca da localização do evento. Assim, a Rave Party não terá lugar nas Ruínas do Convento do Carmo, como estava previsto. A nossa Rave realizar-se-á este ano no Grande Auditório do CCB, que é mais aconchegado e onde há menos sítios susceptíveis de um associado se magoar à séria.

A partir daqui, será em tudo idêntico aos anos anteriores, sem nada que venha a causar aquelas surpresas que acontecem sem que tenhamos tempo de nos preparar para elas.

O som será de altíssima qualidade, abaixo dos 80dB, para não causar aqueles apitos nos ouvidos. As luzes serão bonitas, em estilo-gambiarra, e sem flashes, para podermos contar com a presença dos nossos associados epilépticos.

Haverá animadores em cima das colunas: Este ano a animação estará a cargo dos homens-estátua das ruas da baixa.

Haverá pastilhas - quer Valda, quer Euphon - que o tempo está fresquinho e é provável que haja muita garganta arranhada.

O DJ está já contratado. É o nosso bem conhecido DJ POC, que passará música daquela boa. Lá para o fim da tardinha, o DJ POC terá que se ausentar com os seus discos, pois já tinha um contrato-promessa assinado com umas bodas-de-ouro e, compreensivelmente, terá de o cumprir. Mas temos já garantida uma máquina de Karaoke com centenas de boleros sul-americanos, que darão para a festa se prolongar noite fora, até, sei lá, umas onze, ou, mesmo, meia-noite!

Notem bem que as despesas do bilhete de entrada são tratadas em sede de IVA, com taxa reduzida de 5%, mas não - friso: NÃO - as despesas com o consumo no interior da Rave Party. Se bem que os associados poderão pedir que a factura não venha discriminada, de modo a poder fazê-la passar por Almoço Com Cliente, nas despesas do Caixa."

O Bico aproveita para desejar a todos os leitores contabilistas um bom Natal e um feliz Balanço de 2008.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Supremo Tribunal de Justiça autoriza eutanásia

Caso inédito em Portugal! O STJ considera legítima a pretensão de Ana Abu Ratão Tapada, uma bonita mulher muçulmana perfeitamente saudável, a pôr termo à própria existência.

Nascida na Alemanha, é órfã de mãe galega e o seu pai, madeirense, é dirigente do PCP local. É de raça negra, tendo herdado a melanina do seu avô paterno que, para fugir à miséria, nadou do Saara Ocidental até à Madeira (queria ir para território espanhol, mas passou entre Tenerife e a Gran Canaria, sem ver terra).
Ainda na barriga da mãe, foi motivo de um dos característicos sonhos idealistas de seu pai: A criança havia de nascer na URSS. Fizeram-se ao caminho. Porém, toparam com um muro, o que causou um parto prematuro, mesmo à sua sombra. Na infância, veio para Portugal continental com sua mãe, que investiu metade das poupanças da família numa vivenda não licenciada em Odeceixe. Depois, quando se deu a demolição, investiu a outra metade como entrada para um apartamento nas Torres J. Pimenta, em Tróia.

Após a morte da mãe - que morreu, tragicamente, afogada na panela da sopa dos pobres - foi recolhida por um colégio católico. Lá, a Irmã Do Céu, conhecida por "A Chucha Alcatifas", tornou-se sua íntima. Porém, uma crise de fé associada à nova amiga de 11 anos da Irmã Do Céu causou a sua excomunhão, valendo-lhe, na altura, o amparo da Mesquita de Lisboa. Lá, o Sheik Vaiz Mahm 'Hallah converteu-a ao Profeta, ofereceu-lhe uma burka e ensinou-lhe os bonitos ofícios de Emparelhadora de Calçado e de Cinzeiro.

Aos 18 anos tentou mudar de nome, mas tal não foi autorizado. Monárquica, filiou-se no PPM e comprou um Fiat Uno em segunda mão que, segundo o vendedor, estava Impecábel. Assim que acabou de o pagar, trocou-o por um papa-reformas. Teve 3 part-times para sustentar os estudos, que, brilhantes, lhe valeram admiração de colegas e professores. Declinou um arriscado convite para iniciar uma pequena empresa chamada Critical Software e preferiu a segurança da carreira no ensino, tendo aceite um lugar de Assistente na Universidade Internacional.

A nível mais pessoal, é sócia da União de Leiria, apreciadora de bivalves da Ria de Aveiro, de touradas de morte e faz colecção de obituários recortados do Primeiro de Janeiro, que assinava. Tem um PPR chorudo salvaguardado no Lehmann Brothers e perpetuou as recordações de infância em betamax. Possui um telemóvel dos ciganos e um portátil dos chineses onde guarda(va) as provas irrefutáveis do atentado de Camarate, assim como a sua tese de doutoramento que esta(va) prestes a concluir na Universidade Independente.

Na antecâmara da morte, doou o cérebro à ciência, que recusou por ter o frigorífico no 'descongelar'.